VI

    Ao caos que opera na serenidade do cosmos, que o vento sopre em direção à união dos corpos. Cada sol, ao amanhecer, une-se em sintonia com a grandeza da vida, seja a contida em uma pequena abelha ou na enorme nuvem que carrega a chuva de verão. Tudo caminha em direção à consolação eterna!

    Com os contos e cantos dos antigos, o universo vai se adentrando na imensidão da solidão e vastidão da criação, da imaginação de uma população, todos donos e deuses de si mesmos. Gritam pelo brilho, pelo calor dos corpos, pela linha tênue do ser.

    Olhos abertos, ventos a tocar, como a luz do navegante no mar, brilhamos na escuridão, pelo breve tempo em que somos considerados pessoas. Humanos, animais que despedaçam seus corpos, corrompem seus filhos, desfazem a união com a natureza — ouçam o suspiro.

    A cura da morte está em aceitar a vida, o valor da natureza é ser parte dela, é ser como a poeira dos pés, a união com a escuridão. Com o medo da morte, é possível crer no mundo doente. Que, ao gritar na noite, seja ouvida pelos pés que caminham com fé no inefável.

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