VI
Com os contos e cantos dos antigos, o universo vai se adentrando na imensidão da solidão e vastidão da criação, da imaginação de uma população, todos donos e deuses de si mesmos. Gritam pelo brilho, pelo calor dos corpos, pela linha tênue do ser.
Olhos abertos, ventos a tocar, como a luz do navegante no mar, brilhamos na escuridão, pelo breve tempo em que somos considerados pessoas. Humanos, animais que despedaçam seus corpos, corrompem seus filhos, desfazem a união com a natureza — ouçam o suspiro.
A cura da morte está em aceitar a vida, o valor da natureza é ser parte dela, é ser como a poeira dos pés, a união com a escuridão. Com o medo da morte, é possível crer no mundo doente. Que, ao gritar na noite, seja ouvida pelos pés que caminham com fé no inefável.
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