I
Quando chegar o tempo, em que olhando para o espelho perguntas começarem a assombrar, creio ser difícil responder, quais as realizações que alcancei, consegui pequenos bens de valor, construí uma grande casa, onde deposito todos os detalhes que encontrei em toda a caminhada. Quem sabe as minhas principais realizações foram encontrar-me com os outros, desenvolver meus sentimentos para sofrerem, ter ensinado aos olhos como é ótimo poder chorar, ou até mesmo ao coração que nem todos amam, como nós amamos. Hoje talvez se a morte viesse a dialogar com meu espirito, iam dar risada de tudo que acreditei, dos medos que desenvolvi, é claro, tentando não enlouquecer aquilo que chamo de existência.
A você cara morte, realizei risos e lágrimas, medos e superações, onde estou hoje, pode avisar de tanto que carrego no peito, mais, jamais poderá afirmar o quanto sinto, aos fechar os olhos desejo, quero cada vez mais, sou um escravo do ser que tudo quer ter. Queria estar bem, sereno ao ponto de poder seguir sem nem mesmo olhar para trás, mais não! sou o que desconheço de mim mesmo, um escravo do egoísmo, que atravessa meu coração diante de tudo que não posso ser. Meus maiores feitos foi aceitar que estou morrendo, que estou partindo dessa vida, que meu lugar é ao cemitério, no tempo devido vou subir ao monte, vou tocar a estrelas com meu sorriso, vou viajar o mundo, em meio ao vento que me toca.
Na minha breve presença nesta vida, minhas realizações, não foram reconhecidas por muitos, nem mesmo estampadas em camisas, contudo tocaram meu coração, nem mesmo foram de esplendido louvor, pois, não passam de aprendizados, isso é realmente quem hoje sou. Não vejo respostas, não desfruto de história de grande heroísmo, são breves lembranças, de beijos, abraços e despedidas, aquém continua a amar, os maiores feitos são as lágrimas sinceras e serenas que recaem sobre a tampa do caixão dos meus dias. Sou mais feliz, mais realizado humanamente, sou mais eu, simplesmente eu. Um escravo dos meus desejos, um anjo caído ao inferno do mundo.
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