CARTA DO ULTIMO MOMENTO

     Ao mundo que me rodeia, meu mais singelo agradecimento, pois, é chagada a hora da partida, a vida que me veio ao encontro com grande graça, lhe desejo o descanso eterno ao espírito que atormentou-se na angústia diária em que encontrei. Desejo ó tempo que acabes com a dor que carrego, para levemente voar as brisas do mar, saudando os viajantes, que nela passem, com a liberdade de quem nada espera, a não ser a eternidade. A vós caro amigo meu muito obrigado, por ter desistido de mim, eu mesmo deixo cair ao chão minhas lágrimas de desespero, ouço o som do precipício, ele esta me chamando, por que deixa-lo a conversar solitariamente. 

    Um grito, um suspiro, um adeus, um nada para além de um descanso eterno. Ó desespero que converte meus olhos à angústia, tão tem compaixão desse misero homem, o que é o homem para dele odiares tanto assim, para perguntares como atordoa-lo, a vós desespero, meu muito obrigado. Com ossos e carne frágil, construí o que sou, uma continuidade de fraquezas e falências, que continuamente as considero como sendo um tesouro, não passam de facas que atravessam meu coração. Ainda ontem chorei, ainda ontem desejei a paz que ninguém pode me conceder, a vós cara morte, dá-me a mão, conduza-me entre as vereda, entres os vales e campinas do fim, quero junto a vós despender meu coração ao vazio. 

    No absoluto vazio de sentido, as trevas são agradáveis, não exprimem esperanças tóxicas, nem mesmo falatórios demasiados, tudo é aquilo, que esta sendo constantemente, é vós homem por que amas tanto assim este ser que es?  Tudo tem o seu fim, na mesma proporção que acredita estar vivendo. Ao nada que me consola, sinto-me nesta solidão, amigo do vazio, é amante constante das certezas finitas, ao vento que me toca, a chuva que cai suavemente, adeus, vou em busca do mistério, somente isso pode saciar a fome que sinto. Sou como o pó, ao pó me deitarei, ao pó retornarei. Ao barro que foi moldado, á ti, meu ultimo suspiro, neste eterno vale de lágrimas.

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