CARTA AO IRMÃO

    Caro irmão, tal vez seja eu o problema ou você, porém o que realmente é significante tornar-se-á as olhos verdadeiro com o tempo. Posso desconhecer minha verdade, questionando tudo que diante dos sentidos sou apreendido, mas quem poderá me condenar? Tornei-me caro irmão aquilo que mais detestava, aquilo que aos meus olhos era nojento, tudo deixou de ganhar brilho, quem sabe com o tempo o céu abra-se ao homem.
    A morte é a libertação dos sentidos, pois, durante essa breve vida sou guiado por minhas vontades, estas me enganam com tamanha astucia que perco-me em devaneios e raiva. Sentir desprezo é por que simplesmente não concordo que as coisas sejam o que são, quem dera se pudesse aceitar tudo que você me fala, mais não, sou o que sou e sofro com a transparência.
    Cantei certa noite que tudo que faço é uma loucura, e me peguei a perceber a finitude da existência e a fraqueza em meus argumentos, sou pequeno em minha história, sou um verme e como verme ao inferno deve descer minha alma. Não quero arriscar, riscar traços que me façam lembrar um desenho, pois, o mesmo ao pó há de voltar, não quero dar esperança a quem reza, pois, quem considera que esta sendo ouvido.
    Não à verdade que possa ser dita, tudo deve ser ouvido e levado a percepção da realidade, quem acreditar ser o centro, tem diante de si a humildade, de quem não viu que ao pó há de voltar. A realidade fecha-se aos olhos do homem feliz, este aceita tudo com tamanha velocidade que não percebe o quanto esta sendo ingênuo. O sofrimento do melancólico e a certeza da falta de vida, a carência do controle de si mesmo que a cada momento é dominado pelo querer. O sujeito deseja não ser o objeto, mas é o produto de suas imagem superficiais de um mundo com estrelas que brilham, mais que estão mortas.
    Quem dera caro irmão, encontrarmos a esperança, quem me dera irmão saber o dia de minha morte! Ao menos poderia chama-la para dançar com nós, teríamos a segurança naquele momento do fim e a certeza que aquele momento seria vivido com toda esperança de ser o melhor, pois, que me dera não haverá outro para contar.

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