CARTA A DOR
Oi... Oi ... Oi
Ooooiiiii dor!
Enfim você lembrou que existo! Sabe estava com saudades de sentir esse aperto, essa sensação de frio na barriga que me faz sentir o mundo, alguns anos você me deixou achei que tinha me esquecido, sabe eu aprendi muito, queria que você estive-se lá!
Sabe vou te contar, aprendi a dançar, a cantar, não vai acreditar realizei meu sonho de falar em público! Foi emocionante não sentir medo, sentir segurança, queria que você estive-se lá, seria mais fácil hoje lidar com tudo isso, porque ninguém me falou?
Ano passado descobri como é bom ter você comigo, sabe por mais que as vezes sinta-me fraco, assustado entediado, você me lembra que sou pequeno, que as coisas tem um limite, que eu sou limitado! Ouço todos festejarem quando atinjo as metas, que não estou preparado para os olhas de desgosto que hoje recebo! Sabe obrigado por estar aqui hoje, estou mais vivo!
Quando você foi embora, tudo continuou dando certo, trabalho, família, até amigos novos fiz, conheci novos países, experimentei novos sabores, mas, nada me preparou para o que iria vir, em nenhum momento de euforia, ouvi a voz da consciência. Hoje estou aqui a beira do esgotamento, por que, por que! Mais obrigado por voltar!
Quando vi você entrado pela porta do quarto, me ajuntando do chão, me limpando das lagrimas e do sangue, senti me vivo, sei que estar com você é doloroso, mais voltei a perceber. Sinto fome, tenho sede, desejo do que não posso comprar, desejo o que o tempo não pode acabar. Ninguém me falou que um dia eu não seria capaz de responder uma pergunta, que estaria tão cansado que não iria sair para uma festa, que não iria trabalhar por estar doente, ou simplesmente iria brigar com a família por uvas passas no arroz.
Ao menos amiga dor, quando estou com você não sou prepotente, nem orgulhoso, sabe, tenho que lidar com essas fraquezas, com as limitações que a euforia não me ajudou a ver. Com os aplausos, esqueci que tive ajuda, com as promoções ignorei que não estava só, com o dengoso consolo da beleza, não apreciei o brilho do olhar de quem amo.
Dor, não vá em borá, contigo conheci a esperança, sabe mesmo com o a companhia sua, até me acostumei com meus erros, ri e continuo a rir dos tropeções, dos dedos na quina, das lágrimas. Hoje tudo continua, do mesmo modo, mais sou mais leve, por saber que posso fazer e não conseguir, tentar e tentar mesmo no sofrimento, pois, o que me resta na dor é aceitar sua companhia com esperança.
Gratidão, bjs.. bjs!
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