CARTA DE UM HOMEM NO PRECIPÍCIO

Quem dera livra-me do já vivido, sou fruto do tempo desconhecido. 

Em momentos de grande certeza, dei-me a morte de meus amigos, enquanto esperava o cronos passar, deixei o eros se consumir. 

Quem sou eu? Será filho de amores proibidos para tanto sofrer em dias longínquos? Queria eu entender o precipício. 

Dei me um dia diante de um homem a beira do fim, logo que me aproximei, falou me em tom de freguês. 

Sei que deveria de dar respostas ou motivos de estar onde estou, mais na verdade, lhe faço perguntas, se você puder ajudar-me, salva-me do sofrimento! 

Porque menino, tenho medo do finito, eu que estou diante do infinito? 

Quem considera saber tudo, porque se vê confuso ao desmaiar no absurdo? 

Quem é você que ainda me olha, sabendo que sou um louco? 

Garoto, fuja logo, não queira acabar como esse seu amigo, nada fiz que me orgulho, a não ser a falta de filhos. Não é que mal algum fiz a inimigo ou amigo, só deixei que as letras me tirassem o brilho! 

Perguntei lhe, por que palavras lhe machucariam? Não são elas que em tempo de desespero te trazem abrigo? 

Ele olhou-me nos olhos e disse: Você conhece a morte pela vida, as trevas pela ausência da luz, a sabedoria pela ausência das respostas. Nada que diga te leva para longe. 

Quando percebi, jogou-se a conclusão 

Cara ouvinte, não a palavra que seja eterna, pois, pode ser questionada, não há verdade dita que não seja contestada, não a morte que não ganhe vida, sem bem anunciada! 

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