CARTA DE UM ESQUISITO
O tempo talvez pare um dia, quem sabe mostre algo maior do que a finitude da vida.
Diz um velho homem que pra tudo se tem só uma vida, quem sabe esteja velho e cansado, sorrindo dos estragos.
Existe um céu, repleto de estrelas, algumas mortas, mais que continuam a brilhar, porém de nada vale se ninguém sair para olhar.
Não é a falta de tempo, ou sentimento de esquecimento, mas, a sensação da falta de esperança.
Diz um velho a seu aprendiz, quem sabe porque do sofrimento, ou motivo pra tanta dor? Quem sabe!
Aos frades cabe não responder, mais perguntar, porque não olharmos de outro modo. Não é negar a angústia, longe disso, é simplesmente olhar com outros olhos.
Não sou criança fácil, sou menino briguento, que gosta de abraço, não sou filho perfeito, porém de caráter insuportável, não desejo a mudança material, mais o sentido.
Quem sabe o tempo volte, quem sabe aprendo a ver as estrelas, ou até mesmo dizer eu te amo, além de gestos sinceros.
Queria ser amigo do tempo, ou ser dono do destino, quem sabe!
Não peço compaixão, nem misericórdia, desejo só que na solidão, não te faça esquecer a morte.
Sou criança, que criança teimosa, que sabe aprendi de meu irmão mais velho, dos olhares, das brigas, quem sabe ele, que hoje o compreendo.
Queria um super-pai Deus me deu meu pai, o tempo porque tu me atormenta, quem sabe é só criança birrenta querendo mudar, o Pai, o singular, o único, o meu melhor pai, na medida do possível, é claro somos humanos.
Quem sabe porque levamos tanto tempo para aprender que não somos donos do tempo, porque continuo a dá-lo ao que já é passado.
Caro tempo, permita me ao menos neste curto tempo ser o filho de alguém humano, não sou perfeito, só desejo ser eu mesmo.
Tem palavras que cortam como vento, tem gestos que magoam por dentro, quero somente um último beijo, de amor verdadeiro andes de um adeus derradeiro.
O cara sociedade que me ensina que tudo tem que ser do seu jeito, porque não dizer a si mesmo, meu modo também dá certo.
Quem sabe só não saiba, ver bem as estrelas, que brilham, para além do cansaço e das férias, quem sabe as palavras curem as feridas.
De quem um dia será pó, de quem nem sabe o que é, que este ano Novo, seja aquilo que melhor pode ser, um ano com brigas, falta de dinheiro, quem sabe até com telhas quebradas, mas quem sabe com mais brilho do amor.
Como diz meu velho pai, bora sentar e assistir a vida, o que vamos fazer todos juntos em silêncio!
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